Thursday, May 31, 2007

Gula

Todos sabemos que a gula é uma coisa feia.
Mas, enfim, por vezes, é muito difícil resistir. A mim, é-me difícil resistir aos cappuccinos do café da Faculdade. Aqueles serão, muito provavelmente, os melhores do mundo. O café e o leite estão na proporção certa, a espuma é cremosa, da consistência e espessura ideias e coberta com delicioso chocolate em pó! Nham... nham...
No entanto, hoje, assim pela tarde, quando o dito café já estava fechado (nem sequer adianta ir aos outros, que os cappuccinos não têm nada a ver), tive assim uma vontade irresistível de comer algo salgado. Batatas fritas! Aqui, batatas fritas são O snack. É ver os corredores de batata frita no supermercado: impressionante. Há batatas fritas de tantos tamanhos, feitios e sabor, que é complicado encontrar algumas que saibam a batata, assim frita, com um bocadinho de sal. Lá cedi à tentação e comprei um desses snacks... Bem que me custou cara a gula, que fiquei com o estômago às voltas o resto da tarde. Creio que tão cedo não vou ter grande vontade de comer batatas fritas.

Wednesday, May 30, 2007

Manhãs

Dundee, Novembro 2006, Nikon F50

De manhã, tenho tempo. O dia é uma criança, com uma imensidão de coisas boas guardadas para mim. Gosto que o sol me desperte, que ilumine o meu quarto, dizendo ao meu ouvido que há todo um dia novo à minha espera. Gosto do silêncio e da calma de ir acordando lentamente para o mundo que está lá fora. Gosto de sair com a sensação de ser tarde, mas que seja afinal ainda tão cedo.

Saturday, May 26, 2007

Ouriço

Foto retirada de Blog dos Bichos

Mas agora sem espinhos.... Brrrr!

A não existência

Rosslyn Chapel, Outubro 2006, Nikon F50

Apesar de ser das noções mais básicas da vida, acho que ainda não consigo assimilar bem a não existência. Essa ideia, de simplesmente não existires, é esmagadora. Sobretudo porque tudo o resto está lá. Diferente, mas lá. E esta coisa de haver um mundo completamente independente de nós, que existe e muda, quer nós estejamos lá ou não, é também ela uma ideia complicada de entrar na cabeça. (Pouco egocêntrico, não?)

Por isso, às vezes, penso nas pessoas que não vejo há anos (nesta altura, até são bastantes, com o desterro e tudo mais) e imagino-te lá, com elas, na sua vida. Só que o teu telemóvel não tem rede e, por isso, não podes ligar a perguntar como está o tempo aqui. Talvez seja por isso que noções como céu, inferno, reencarnação e outras afins são tão populares. Malta com dificuldade de compreensão, como eu?

Sabíamos todos que era iminente, mas eu tinha "decidido" que ainda havia tempo. Tínhamos coisas combinadas para quarta-feira, era "óbvio" que não seria já. Além disso, tínhamos falado no dia anterior e eu chegava no seguinte. Eu chegava no dia seguinte. O que é que muda num dia? Naquele dia, tinha ido ao cinema, a uma sessão de fim da tarde, mas suficientemente cedo para ouvir quando ligasses. Quando ia à sessão da noite, ligava antes de entrar, mas esta era cedo de mais. Lembro-me de verificar as chamadas perdidas e as efectuadas e sei que nenhum de nós ligou, mas, às vezes, a memória fica enevoada e re-escrevo a história com uma chamada pelo meio:
"Olá."
"Olá."
"Tudo bem?"
"Sim. E aí?"
"Vai-se andando. Está muito calor. O tempo aí está bom?"
"Está."
"Até amanhã."
"Adeus."

Thursday, May 24, 2007

Omelete

Foto retirada daqui.

Hoje fiz a minha primeira omelete na vida. Até hoje todas as minhas tentativas de omelete tinham terminado em ovos mexidos.
De queijo e fiambre. Bem boa.

Ficção ou realidade

Diz um amigo que, nos dias que correm, e a com a distância, se torna por vezes difícil distinguir ficção da realidade nas notícias da terra.

Com notícias destas, não se pode dizer outra coisa:


Havia ainda uma outra que falava da revolta dos professores contra as provas de aferição, porque estas iam permitir responsabilizá-los pelos resultados dos alunos... Talvez seja de mim, mas pensava que eles eram parcialmente responsáveis por isso, não?

Noticias retiradas de www.publico.pt.

Wednesday, May 23, 2007

Barata tonta


Cartoon retirado daqui.

Hoje sinto-me assim.

Tuesday, May 22, 2007

The Welsh Girl, by Peter Ho Davies

Ganhei este livro numa promoção da Waterstones. Uma prova, antes de sair a edição em hardback, que me dava também a oportunidade de concorrer com a minha crítica ao livro em 30 palavras. A melhor crítica seria exposta nas livrarias para promoção do livro.

Ora, eu demorei tanto tempo a ler o livro que já não fui a tempo do concurso de críticas. Provavelmente, não tinha grandes hipóteses; creio que não escreveria melhor do que a crítica que ganhou. É mais difícil em inglês...

De qualquer modo, apesar de ter demorado séculos a ler, o livro não é mau. É mais descritivo, com um inglês é mais literário do que outros que tenho lido. Estas razões e o facto de ter tido pelo meio umas férias em Portugal em que andámos às compras de casa levaram a que tivesse demorado tanto tempo.

Neste livro, contam-se as histórias cruzadas de um soldado alemão, uma rapariga galesa e um judeu que trabalha com os serviços de informação ingleses no final da II Guerra Mundial. A maior parte da acção passa-se no país de Gales, numa pequena aldeia. O ritmo é lento, bucólico, campestre, apropriado aos campos verdes de Gales onde pastam vagarosamente rebanhos de ovelhas. Descreve-se a vida daquela pequena sociedade rural, nos valleys de Gales e o efeito que a construção que um campo de prisioneiros de guerra tem na população. E mais não digo, se não não tem piada quando lerem.

O mais interessante, na minha opinião, é a humanização do "inimigo". Faz-nos pensar que os soldados, sejam eles de que lado forem, são homens, com defeitos, qualidades, com medo, coragem, com famílias, casas, amigos e amores.

Brevemente: Cronica de una muerte anunciada, por Gabriel García Marquéz.

Agulhas e palheiros

Imagem retirada daqui.


A esta altura, já devia ter aprendido com a experiência de que a melhor forma de esconder uma agulha não é dentro de um palheiro. Ora bolas...


Lá se vai a ideia de que o povo tem sempre razão.

Wednesday, May 16, 2007

Reward-based happiness

É bom, mas mesmo bom, pensar que daqui a três noites te tenho ao pé de mim. Só por outras três, eu sei, um tempo demasiado curto para matar todas as saudades, mas comprido o suficiente para me fazer trazer um constante sorriso nos lábios em antecipação. Hoje, as nuvens cinzentas e a chuva miudinha incomodaram-me muito menos. As tarefas repetidas fizeram-se com menos esforço. O almoço de sempre soube melhor do que nunca. Hoje foi um dia feliz, provavelmente, como os que se avizinham.
O tempo contado custa. Mais do que isso, cansa. É bom que já falte pouco tempo de tempo contado.

Acho que, depois disto, me vou tornar uma lapa.

Imagem retirada daqui.

Tuesday, May 15, 2007

Just keep going

Cartoon de Gary Larson.

Há bastante tempo que percebi que isto tinha uma parte essencial de resistência psicológica. Que era importante não desistir. Mesmo quando nos dizem que desistir é sempre uma opção (acho que devia ter percebido a mensagem nesta altura!).
...
Quero (nesta altura, talvez o mais certo seja "preciso") acabar, mas só no fim. Embora, por vezes, não saiba bem o que me leva a continuar.
...
É certo que gosto disto (nuns dias mais do que noutros), mas também é certo que gostar disto não chega. E é ainda mais certo que, às vezes, preferia não gostar, preferia que não fosse importante para mim.
...
Não sei muito bem o que farei depois, mas tento não pensar muito nisso. Agora, tenho que me concentrar neste final para que consiga não desistir até ao fim.

Thursday, May 10, 2007

O cartoon

Esta semana dei uma talk para o nosso grupo na Faculdade. O meu último slide tinha este cartoon:

Cartoon por Jorge Cham.


Acho que o meu orientador se assustou um bocadinho... Ooops!

Mais cartoons fixes aqui.

Monday, May 07, 2007

Portugal, um retrato social II

"Depois de três décadas de crescimento constante, a economia portuguesa marca passo. Tem-se a impressão de que a agricultura pouco tem a dar e de que a indústria se encontra esgotada, as pescas estão bloqueadas, os serviços pouco eficientes e o turismo sem novas perspectivas. Há exemplos extraordinários de êxito empresarial e económico, mas não se estendem ao conjunto da economia.
No início do século XXI, a vocação económica portuguesa está por definir. Com o desemprego e a recessão económica dos último anos, os portugueses voltam a emigrar. É difícil ganhar o pão em Portugal. "

Assim termina o segundo episódio do Portugal, um Retrato Social.

Já vi mais dois episódios deste documentário, "O que fazemos?" e "Mudar de Vida". Continuo a achar que é excelente, que me mostra novas perspectivas sobre o meu país, que me faz descobrir algo mais sobre ser português.

O problema também é que esse algo mais parece, por vezes, tão deprimente que não me apetece saber mais nada sobre ele. Tenho que ter cuidado com estes programas, que podem fazer-me pensar duas vezes sobre essa coisa de voltar para casa.

PS: No worries, hem... Brincadeirinha! ;)

Sunday, May 06, 2007

Os extraordinários


Não consigo deixar de me fascinar pela capacidade de certas pessoas atingirem feitos que eu considero extraordinários. Talvez extraordinários não seja bem a palavra, mas aquilo que quero dizer é que admiro profundamente pessoas que se aplicam verdadeiramente numa dada actividade em que ficam excelentes.

É claro que me interrogo quantos outros terão investido igual ou maior esforço e nunca terem atingido a excelência. Será que acontece? Ou será que, a partir de certo nível de esforço, só continuam para além das marcas os que são excelentes? E donde vêm as diferenças entre os excelentes? Os cínicos, diriam, provavelmente, daquilo que tomaram antes da "excelência".

Partindo do princípio que este é mundo no qual não há razões para cinismo, o meu post de hoje é motivado pela notícia que acabei de ler sobre o facto de estar a decorrer, neste momento, em Lisboa, uma prova de Triatlo a contar para a Taça do Mundo. Vanessa Fernandes, campeã europeia e vice-campeã do mundo aos 22 anos (quem é já teve tempo para fazer todas estas coisas aos 22???) vai participar e está a jogar em casa. Boa sorte!

Ouvi falar na Vanessa Fernandes pela primeira vez após ter visto algo nas notícias por aqui, em que alguém de Portugal ganhava uma prova... Eu sei que isto é vago, mas tinha a TV ligada nas notícias do desporto só para fazer barulho e não estava a prestar atenção até reparar num grande POR numa das atletas a cortar a meta. Ora, após umas pesquisas no Google, lá consegui perceber o que se tinha passado e fui ter ao site da Vanessa. Confesso que fiquei um bocado pasmada.

Uma miúda com um curriculum impressionante. Calculo que para atingir um curriculum destes haja um grande investimento a nível pessoal. É, sem dúvida, uma extraordinária.

Foto retirada daqui.

Saturday, May 05, 2007

O silêncio

Ultimamente, não tenho escrito nada por estes lados. Há duas razões importantes:
- a primeira é que estou cheia cheia de trabalho;
- a segunda é que agora escrevo também aqui.

Ok, está bem... Se calhar a ordem das razões não é bem esta...