Há pessoas adictas a compras. Há pessoas consumistas. Há pessoas que não conseguem resistir a uma pechincha. Eu acho que posso estar a desenvolver um caso particular destes problemas, mas só relativo a livros.
Não sei bem donde é que isto vem. Não sei se me liam uma história antes de ir para a cama quando era pequena. Não me lembro. Por isso, talvez ache que não era hábito. Mas desde que tenho memória de mim, que me lembro de gostar de livros. De histórias. De ler histórias. Talvez seja por isso que dê por mim frequentemente com a cabeça a milhas de distância, no mundo da lua, embrenhada sabe-sa lá em que histórias.
Lembro-me, isso sim, do primeiro livro "grande" que li. Tinha sete anos e estava na segunda classe. Estava numa mesinha com livros da escola (acho eu) que tínhamos na nossa sala. Podíamos pegar em qualquer livro para ler. Lembro-me de o achar enorme e de o considerar um desafio. Lembro-me também que adorei e que me fez gostar ainda mais de livros. Creio que será por isso que continuo a comprar (e a ler, também) religiosamente a colecção Uma Aventura. Acho que é gratidão por me ter feito despertar para este mundo maravilhoso de fantasia que temos à distância de uma página. Esse tal livro era "Uma Aventura Alarmante", o número 7 da colecção. Como já disse, era enorme, mas depois percebi que, para aí metade do volume eram desenhos e contos de outros leitores para um concurso.
Aqui, os livros são mais baratos. É estranho que num país em que tudo parece tão mais caro, haja pechinchas destas. (Ou pensando bem, talvez não seja assim tão estranho que sejam mais baratos, uma vez que estamos a falar de um mercado de sessenta milhões de habitantes.) Ainda por cima, há quase sempre promoções dos títulos mais recentes nas livrarias, há livrarias com livros quase sempre com desconto e há, claro... a Amazon... Enfim, uma perdição.
Ultimamente então, provavelmente porque sinto que se avizinha o fim deste acesso fácil a livros baratos, parece que estou numa missão para conseguir a minha wishlist (que sofre facilmente alterações e, normalmente, para ficar maior...).
É claro que os meus genes de forretice me impedem de comprar livros que não tenham descontos e me fazem comparar os preços em trezentos e cinquenta e cinco mil sítios diferentes, para ter a certeza de que consigo o melhor valor pelo meu dinheiro. Mesmo assim, não consigo deixar de me sentir consumista.
Fica a minha confissão.
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