Sunday, October 19, 2008

Aka Ana, by Antoine d'Agata

Perante uma sala esgotada do cinema Londres, a organização informou-nos, conforme requerido por lei, que o filme que iríamos ver era pornográfico. Parece-me que a notícia foi recebida pela audiência num misto de surpresa e apreensão. Sendo um filme cotado para M18, eu esperava imagens explícitas. Mas acho que não estava à espera nem de tantas, nem tão explícitas.

As pessoas que estavam sentadas nos corredores foram começando a sair. Saíram mesmo algumas do meio das filas apertadas da sala 1.

Eu não gostei do filme. Reconheço que pelo meio havia imagens que eu achei bonitas de um ponto de vista puramente estético, na linha de algum do trabalho fotográfico do autor. Mas algumas imagens interessantes no meio de uma hora de filme não chegaram para mim. Os supostos testemunhos de prostitutas eram na sua maioria um desfiar de frases soltas, sem grande sentido, que ouvíamos numa voz frágil e delicodoce, entremeada pelos gemidos das imagens que passavam no écran, grandes planos de rabos, de outras partes do corpo ou de malta a injectar-se. Se o filme tivesse 15 min, talvez fosse apenas inquietante, assim tornou-se aborrecido.

No final da sala, sentia-se o desconforto no ar. Talvez tenha sido essa a intenção do realizador. Resultou.

2 comments:

E_ said...

Anitas,

vê isto no nosso blog

http://bacalhaucomhaggis.blogspot.com/

ACA said...

Eu já vi. :) Responderei adequadamente dentro de umas horitas.