Os meios de comunicação social parecem ter sido tomados por um futebolmania a toda a prova. Não estamos em Europeu ou Mundial, mas o futebol ocupa uma fatia cada vez maior dos telejornais diários e as rádios parecem-me num relato e/ou rescaldo ininterrupto.
Nos intervalos de futebol, há gripe A.
Nos últimos tempos, a polémica à volta de Saramago tem dado também pano para mangas. Os comentários originais. Os comentários repetidos. Os comentários aos comentários. O esforço de Judite de Sousa para arrancar um comentário a Lobo Antunes. Saramago vs Carreira das Neves. Tolentino Mendonça vs Saramago.
Partindo do princípio que todos nós temos a liberdade de dizer o que nos vai na real gana, não compreendo assim tão bem a polémica. Eu ficaria mais surpreendida se Saramago revelasse que, depois de anos de ateísmo convicto, afinal encontrou Deus e se converteu.
Compreendo também que a Igreja, os Cristãos e os Judeus protestem e se reservem no direito de não comprar ostensivamente o livro, seguindo o mesmo princípio inicial.
Compreendo menos bem a reacção de pessoas com cargos políticos, visto que teoricamente somos um Estado laico, mas isso será provavelmente derivado do meu mau-feitio.
Ainda assim, a polémica tem durado. E os livros têm vendido.
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