Entre os filmes que vimos, foi o único que ganhou um prémio, o Prémio Odisseia para melhor primeira obra.
E é de facto uma primeira obra muito interessante. O realizador, Morgan Dews, conta a história de uns anos turbulentos entre a sua família, passados por volta dos anos 60, ainda antes dele ter nascido. Por sua família, entenda-se avós maternos, Allys e Charlie, e respectivos filhos, i.e. a sua mãe e os seus tios. Nessa altura, os membros da família tiveram sessões de terapia individual ou em grupo, muitas das quais foram gravadas e guardadas durante anos pela sua avó. Além das sessões de terapia, havia diários gravados, cartas em Dictaphone e transcrições de muitas das gravações. Quando ela morreu em 2001, Morgan herdou todos os vídeos que havia lá em casa e dos vídeos chegou ao resto. Foi a descoberta de toda esta história familiar que o levou a fazer o filme, aliado ao desejo de dar finalmente a oportunidade à sua avó de contar esta história.
Muitos dos problemas familiares estavam relacionados com a dificuldade da sua avó se adaptar ao papel de mãe e dona de casa que era socialmente esperado dela ou, por outro lado, com a dificuldade do seu avô entender que a sua mulher era uma pessoa. No filme, a verdadeira história é-nos contada através das gravações, enquanto que as imagens mostram fotografias e vídeos da mesma altura da típica all-american family feliz e sorridente. As cores esbatidas e granuladas das imagens e o som metalizado e entremeado de ruídos dão-lhe o ar nostálgico que vejo nas fotos antigas nas paredes das velhas casas de família. Eu, que gosto de histórias, gostei de ouvir esta.
Tu luque ete a treila, clique rire.
No comments:
Post a Comment