Thursday, March 29, 2007

Fun?

É certo e sabido que quando eu tenho muito trabalho me dá uma parvoeira e por vezes tenho dificuldades em concentrar-me naquilo que é realmente importante.
Hoje estava de rastos às quatro da tarde e só me apetecia vir para casa dormir. Lá arranjei coragem para fazer alguma coisa e aguentei-me até às oito e meia. Não fiz tudo quanto seria desejável, mas adiantei algo.
Sinto a pressão de ter a conferência a aproximar-se, de ir para Portugal daqui a uma semana, de ter que ir para Portugal de vez (ou pelo menos, enquanto nos apetecer) daqui a três meses, de ter que decidir que raio vou fazer na vida, de estar à procura de uma casa numa cidade que não conheço bem.
Quando me sinto assim pressionada , tenho uma grande tendência para criar novas maneiras de não me concentrar naquilo que preciso de facto fazer, mas sim dispersar num sem-número de actividades que me fazem momentaneamente feliz e me fazem esquecer que tenho montes de coisas para fazer. Ahhhhhhhhhhh!!! (Pânico. Hiperventilar. Calma. Calma...)
Estas foram as desculpas que me ocuparam hoje:
Wee Mee e South Park Studio

Enjoy!

PS: Este blog é também um bom exemplo dessas actividades paralelas de distracção. Sobretudo porque continuo a apagar SEM QUERER parte dos posts, que tenho depois de reescrever. Ele há cada idiota!

Wednesday, March 28, 2007

Compradores de livros anónimos?

Há pessoas adictas a compras. Há pessoas consumistas. Há pessoas que não conseguem resistir a uma pechincha. Eu acho que posso estar a desenvolver um caso particular destes problemas, mas só relativo a livros.
Não sei bem donde é que isto vem. Não sei se me liam uma história antes de ir para a cama quando era pequena. Não me lembro. Por isso, talvez ache que não era hábito. Mas desde que tenho memória de mim, que me lembro de gostar de livros. De histórias. De ler histórias. Talvez seja por isso que dê por mim frequentemente com a cabeça a milhas de distância, no mundo da lua, embrenhada sabe-sa lá em que histórias.
Lembro-me, isso sim, do primeiro livro "grande" que li. Tinha sete anos e estava na segunda classe. Estava numa mesinha com livros da escola (acho eu) que tínhamos na nossa sala. Podíamos pegar em qualquer livro para ler. Lembro-me de o achar enorme e de o considerar um desafio. Lembro-me também que adorei e que me fez gostar ainda mais de livros. Creio que será por isso que continuo a comprar (e a ler, também) religiosamente a colecção Uma Aventura. Acho que é gratidão por me ter feito despertar para este mundo maravilhoso de fantasia que temos à distância de uma página. Esse tal livro era "Uma Aventura Alarmante", o número 7 da colecção. Como já disse, era enorme, mas depois percebi que, para aí metade do volume eram desenhos e contos de outros leitores para um concurso.
Aqui, os livros são mais baratos. É estranho que num país em que tudo parece tão mais caro, haja pechinchas destas. (Ou pensando bem, talvez não seja assim tão estranho que sejam mais baratos, uma vez que estamos a falar de um mercado de sessenta milhões de habitantes.) Ainda por cima, há quase sempre promoções dos títulos mais recentes nas livrarias, há livrarias com livros quase sempre com desconto e há, claro... a Amazon... Enfim, uma perdição.
Ultimamente então, provavelmente porque sinto que se avizinha o fim deste acesso fácil a livros baratos, parece que estou numa missão para conseguir a minha wishlist (que sofre facilmente alterações e, normalmente, para ficar maior...).
É claro que os meus genes de forretice me impedem de comprar livros que não tenham descontos e me fazem comparar os preços em trezentos e cinquenta e cinco mil sítios diferentes, para ter a certeza de que consigo o melhor valor pelo meu dinheiro. Mesmo assim, não consigo deixar de me sentir consumista.
Fica a minha confissão.

Tuesday, March 27, 2007

Blue Shoes and Happiness, de Alexander McCall Smith



Já acabei o Blue Shoes and Happiness, o ex-último (talvez deva dizer penúltimo, não? - acabou de sair o último em hardback) dos livros da No. 1 Ladies Detective Agency. No mesmo estilo calmo dos outros, não são livros que reflictam sobre o sentido da vida ou que contem uma história empolgante ou elaborada. Estes são livros simples, com um ritmo agradavelmente lento. No entanto, acho que a Mma Ramotswe e as suas reflexões sobre as regras morais do Botswana me conquistaram. Acho que tenho vontade de ir lá visitá-la e ver com os meus próprios olhos a sua casa de Zebra Drive e a oficina do seu marido, na Tlokweng Road. Também me fazem querer provar bush tea (já tentei, mas não encontrei no supermercado). Experimentem os livros (e o chá, porque não?) e digam de vossa justiça.

Brevemente: The Welsh Girl, de Peter Ho Davies

Sunday, March 25, 2007

Onde é que está a minha hora?

Detesto tanto este dia, como adoro aquele em Outubro em que nos dão mais uma hora.
O que vale é que a partir de hoje os dias ficam mais compridos.
O mal do dia de Outubro é que a partir daí os dias ficam mais curtos.

Nada é perfeito.

The Great Pretender


Trás-os-Montes, Agosto 2006, Nikon D70

Oh yes, I'm the great pretender,
Pretending that I'm doing well.
My need is such, I pretend too much.
I'm lonely, but no one can tell.

Wednesday, March 21, 2007

Dia Mundial da Árvore, da Poesia e início da Primavera

É estranho que já não seja o dia do teu aniversário.


Um conto de um dos meus escritores preferidos.

Monday, March 19, 2007

Untitled

«"Morrie," Koppel said, "that was seventy years ago your mother died. The pain still goes on?"
"You bet," Morrie whispered.»

in Tuesdays with Morrie, by Mitch Alborn

Sunday, March 18, 2007

Domingos

Acordamos por volta das nove e meia, com um sol radiante que entra pela janela. Devagar, abre-se um olho, depois o outro e o azul do céu que se entrevê pelos cortinados encoraja ao primeiro passo, o mais difícil. Lá saímos da cama para as coisas mundanas, mas tão necessárias e apetecíveis como um bom duche, a ouvir música. No final, as toalhas macias estão à espera e, como se quer, está também o perfume que tu gostas e o creme pelas pernas e pela cara, antes de vestir umas calças e t-shirt confortáveis (mas giras, hem... nada de fato de treino!).
Saímos por volta das dez e meia e deixamos as janelas bem abertas para que o sol e o céu azul (e se tudo correr bem, apenas o ar fresco e nada de ladrões) invadam a nossa casa e tragam um bocadinho do aroma a dia lindo que está lá fora.
Primeiro destino, um pequeno-almoço no nosso café preferido, aquele perto do mar, sabes? Pelas dez e meia ainda não tem muita gente, é a altura certa. Daí a uma hora, quando nós estamos de saída, começa a encher. Não temos que ficar no rebuliço. Hoje, o mundo é calmo. É o nosso dia. Nada de enchentes, nem de atropelos, nem de filas.
Saímos para a praia e vamos andando pelos passadiços. Uma hora, duas horas... O dia está lindo, o mar indeciso, mas persistente, vai rugindo ao pé de nós. Aqui e ali, algumas aves, gritam ocasionalmente. Algumas crianças também. Os gritos são de alegria, de brincadeiras, de atenção redobrada e de disponibilidade.
Mais tarde, temos que parar para comer novamente. Sim, que tudo isto cansa e o ar da praia nos dias tímidos da primeira primavera abre o apetite. De novo, outro dos nossos sítios de eleição. Aqui vamos sobretudo pela comida. Não há muito espaço para sentar, sequer. Mas o cheiro das delícias que aqui se fazem sente-se no fundo da rua. Levamos a comida connosco e vamos para o parque ali ao lado, onde após o nosso piquenique meio improvisado, preguiçamos ao sol acolhedor. Aproveitamos para ler. Tu, o jornal, que foste comprar ao quiosque, eu, o meu livro. Hábito de criança, andar sempre com um livro atrás. Que queres? Agora já sou demasiado velha para mudar. Sim, tens razão, e também demasiado teimosa.
Meios contrafeitos, quando o sol se esconde e começamos a sentir que o nosso dia já se aproxima do fim, regressamos a casa. Gosto desta sensação de conforto que me dá regressar a casa contigo. À nossa casa.
Uma sessão de cozinha experimental a dois, baseada naquele novo livro de receitas que nos ofereceram no último Natal, mas com invenção à mistura. Porque não juntar...? E se levasse ... ? Ficaria muito melhor. Delicioso, não? Mas da próxima vez, temos que pôr mais... . Sugestões para os próximos cozinhados trocam-se em volta de um copo de vinho tinto. Maduro, do Douro.
A ver um filme, algo interessante na televisão, a planear onde vamos nas próximas férias ou simplesmente a dizer tolices, terminamos o dia no sofá, abraçados.

Anseio pelos domingos assim.

Saturday, March 17, 2007

Recognise someone?

« My days were full, yet I remained, much of the time, unsatisfied.
What happened to me?»

in Tuesdays with Morrie, by Mitch Alborn

Thursday, March 15, 2007

Nuclear

«O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, defendeu hoje a modernização do arsenal nuclear britânico, "essencial para garantir a segurança num mundo incerto"» in Público, 14.03.2007

Ouvi isto de relance na rádio e nem queria acreditar.
Ainda andei à procura na BBC, mas não devo ter usado as palavras certas na minha busca. Foi o Público que confirmou o que eu tinha ouvido. E quando li, nem quis acreditar.
Numa altura em que o mundo anda em alvoroço porque o Irão não pode ter energia nuclear e a Coreia do Norte faz testes nucleares, vem o primeiro-ministro de um dos países mais influentes do mundo apresentar uma lei de reforço de arsenal nuclear no parlamento.
Somos contra o nuclear? Sim, na Coreia e no Irão. Somos contra o nuclear? Não, cá em casa não tem mal.
Se for para produzir energia ou para reforçar o arsenal nuclear no Reino Unido, o nuclear é demais. O Reino Unido precisa de ter defesas. É legítimo que as tenha. Em certos países, os que pertencem àquilo a que um iluminado presidente chamou o Eixo do Mal, é a prova de que eles estão envolvidos num plano contra o resto do mundo e que nos querem é destruir a todos.
Hipocrisia? Naaaaa...
Estas coisas irritam-me. Tenho dito.

Wednesday, March 14, 2007

Too tired


Barcelona, Julho 2005, Nikon D70.

Here's a picture. That's all for today.

Parabéns, Dri!

Acabouuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!! Mais uma mestre!

Monday, March 12, 2007

A família continua em alta

Destaque no Público de Sábado, dia 10 de Março de 2007

Um mural pintado pelo mundo inteiro
O Wallright (www.wallright.com) dá a qualquer utilizador a possibilidade de participar numa pintura colaborativa e global pela Internet. O projecto partiu da Universidade de Aveiro e já atraiu a atenção de cibernautas de todo o mundo. Foi em 2006, no âmbito de uma disciplina do curso de Novas Tecnologias da Comunicação, que surgiu a ideia de criar um espaço na Internet onde fosse possível "pintar" no ecrã algo que pudesse ser transposto, em tempo real, para o mundo físico, recorda Luís Confraria, um dos mentores da iniciativa. Um grupo de cinco estudantes juntou-se e criou então uma aplicação na Web semelhante a um editor de imagens básico (como o Paint do Windows, por exemplo). A ideia era que aquilo que é pintado no Wallright fosse projectado, ao mesmo tempo, numa parede. Tem-se, assim, uma obra de arte também no mundo físico e em constante mudança. O site regista um número crescente de visitas, mas a parede com a projecção das pinturas só esteve em funcionamento duas vezes e apenas durante um dia, explica Confraria. O objectivo inicial era ter a instalação (que tinha uma sala própria) a funcionar durante "um período alargado de tempo", mas a falta de disponibilidade do equipamento e as questões de segurança que uma instalação permanente levantava acabaram por ditar um destino diferente para o projecto. É possível escolher a cor, estilo e espessura do pincel virtual. Depois, é só dar largas à imaginação. Caso mais pessoas estejam a "pintar" simultâneamente, o sistema apresenta o país de origem de todos os "co-pintores". Dada a receptividade ao projecto ("que começou por ser curricular, mas já ultrapassou as expectativas iniciais", admite Confraria), a equipa está a pensar agora em disponibilizar publicamente a aplicação informática que transpõe o que é criado online para um projector. Assim, qualquer pessoa com um aparelho adequado poderia ter esta Wallright numa parede de casa. J.P.P.

Hip, sem dúvida! :)

Sunday, March 11, 2007

Remembrance


Monumento em memória das vítimas do atentado de Atocha em 11 de Março de 2004.

Foto de El Pais.

Tuesdays with Morrie, de Mitch Alborn



Acabei ontem este livro que me levou às lágrimas em diversos pontos. Quem não chora com este livro, ou não tem coração ou não é um ovo podre como eu. Agora escolham.

Mais um relato não-ficcional; desta vez, as conversas entre um jornalista desportivo e um velho professor de Sociologia que o terá marcado, como a tantos, durante a Faculdade, Morrie Schwartz. Morrie tem setenta e oito anos e está a passar pela morte lenta que vem com a esclerose lateral amiotrófica (Lou Gehrig's disease). Antes de morrer, vai conversando às terças feiras com o antigo aluno, que é o autor do livro. Falam da morte, do envelhecimento, de arrenpendimento, da família, de casamento, de emoções. Os aforismos de diz não são nada de novo, mas parecem ser mais verdade por serem defendidos tão veementemente por alguém perto da morte. A proximidade da morte faz-nos reconsiderar.

Recomendo a leitura, sem dúvida.

Aqui fica uma passagem (uma, de muitas que eu marquei - talvez venha a transcrever aqui mais nos próximos tempos).

«"Still, " he said, "there are a few rules I know to be true about love and marriage: If you don't respect the other person, you're gonna have a lot of trouble. If you don't know how to compromise, you're gonna have a lot of trouble. If you can't talk openly about what goes on between you, you're gonna have a lot of trouble. And if you don't have a common set of values in life, you're gonna have a lot of trouble. Your values must be alike.

"And the biggest one of those values, Mitch?"

Yes?

"Your belief in the importance of your marriage."»

Brevemente: Blue Shoes and Happiness, de Alexander McCall Smith

Saturday, March 10, 2007

Must have


A minha próxima compra.
Esta e outras igualmente giras à venda em http://www.kukuxumusu.com.

Thursday, March 08, 2007

Espero que tenham tido um bom dia!

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Creio que todos os outros devem ser dos homens.

Prendinhas








Chegaram pelo correio esta semana. Surpresas (kind of!) do Bug para celebrar o meu aniversário que já lá vai!
Nem tudo é mau em ficar mais velho! :)


Wednesday, March 07, 2007

Lucky, de Alice Sebold


"No one can pull anyone back from anywhere. You save yourself or you remain unsaved."
Em Lucky, Alice Sebold conta como a violação de que foi vítima aos 18 anos, quando estava no primeiro ano da Universidade em Syracuse, lhe altera completamente a vida. Dá um testemunho de coragem e determinação ao ter ido até às últimas consequências para ver condenado o homem que a violou, algo que nem sempre é muito comum. Relata as reacções da família e dos amigos, as suas próprias reacções e o modo como conseguiu continuar a viver depois de uma experiência traumática como esta.
É um livro algo pesado, sobretudo quando temos presente que não é ficção. É o relato de algo terrível que aconteceu de facto a alguém. O relato confirma o quão terrível é. Às vezes, penso quantos mais relatos destes haverá por aí que nunca terão sido contados ou ouvidos. Isso é mais terrível ainda.
Brevemente: Tuesdays with Morrie, de Mitch Alborn