Sunday, April 29, 2007

Vida social?

Creio que já disse uma vez neste estaminé que, aqui, me parece, por vezes, que tenho a vida on hold (em pausa?). Que vou trabalhando e tal, mas que nada muito significativo acontece além disso (e aliás, em abono da verdade, mesmo dentro disso, os acontecimentos significativos são algo limitados). Não sei bem donde é que isto vem, mas, por mais lame (lamechas?) que pareça, deve ser porque não gosto mesmo de viver assim longe de ti.

De qualquer modo, nas duas últimas noites (ou, melhor, tardes) fui sair com malta lá do trabalho para beber um copo. Literalmente um, porque eu sou um bocado fraquinha e não me aguento à bronca. Daí a razão pela qual não há posts novos desde quinta-feira.

Na sexta, um típico real ale pub (bar de cervejas a sério?), onde se podem encontrar cervejas raras e diferentes que não se encontram na maior parte dos outros sítios. Eu não fã de cerveja - o que, como me foi dito, me impede de ter contactos sociais neste país, mas a cidra era jeitosa. Não consegui foi beber o meu copo inteiro, porque, como sou fraquinha, não consigo beber sem comer durante cinco horas!!!!
Foi engraçado, mas definitivamente não vou nunca conseguir ter sucesso num ambiente de pub, porque não gosto, nem consigo, nem quero beber demasiado. Fui para casa com a sensação de que a minha vida social por estes lados está condenada ao insucesso.
No sábado, fui a um barbecue (churrasco?), em casa de uma colega, num ajuntamento bastante internacional: havia malta de Alemanha (a maioria), UK, Portugal, Noruega, República Checa, Malásia e Trinidad&Tobago. Visto que não havia peer pressure (pressão de pares?) para beber aqui, devo dizer que me restabeleceu alguma segurança nas minhas social skills (capacidades sociais?). Gostei da diversidade de pessoas: estive a falar com uma série de pessoas diferentes e descobri amantes de fado, que provavelmente não percebem uma palavra de português, engenheiros de robótica e inteligência artificial (aka, geeks - cromos?-, como eles próprios disseram), músicos e ouvintes entusiastas de música, malta que vai fazer Madrid-Lisboa de bicla ou que faz Alemanha-Bristol de carro, com cinco pessoas lá dentro para vir fazer uma surpresa a uma amiga.
Fiquei estupefacta com aquilo que os robots podem fazer hoje em dia e percebi que, algures dentro de mim, há geekness (cromice?) que eu não consigo esconder.Descobri ainda que sei dar um aperto de mão como deve de ser (à homem??) e provei uma aguardente de ameixas da República Checa, que, quando bebida, não deve ser muito diferente de etanol (nunca experimentei etanol e, por isso, não posso atestar a veracidade desta suposição.)

Antes disto, tinha ido às lojas da Gloucester Road e comprado pão a sério, com aspecto delicioso, carne num talho a sério e ainda fruta e vegetais num greengrocer's (merceeiro de coisas verdes?) a sério. Não resisti na Waterstone's e comprei também uns livrinhos...

Foi um dia mesmo bom.

Hoje, vou trabalhar. :)

Cartoons retirados daqui e daqui.

Friday, April 27, 2007

25 de Abril, sempre!


Bem, é típico. Além de ovo podre, sou intrinsecamente atrasada. Mas em recuperação...

De qualquer modo, ontem foi completamente impossível deixar um post para assinalar o 25 de Abril. Já bastou não ter feriado, devia, pelo menos, ter festejado a liberdade de qualquer outra maneira. (Calculo que o meu festejo de liberdade, foi ter a liberdade de não escrever ontem.)

Eu sou da geração pós 25-Abril. Nunca vivi em ditadura e aprendi nas aulas de História o que foi o 25 de Abril, a par de outros marcos importantes do História do país e do mundo. Talvez seja por isso que 1974 me parece algo longínquo, que a política não me desperta grandes emoções ou que nem sempre tenha dado o devido valor a esta coisa fantástica que é a liberdade de expressão.

Creio que, com a idade, isso está a mudar. Sinto cada vez mais o quão importante é ter liberdade, viver em democracia, ter consciência política, exercer os nossos direitos e responder pelos nossos deveres. Tudo isto e o facto de ter começado a gostar de azeitonas leva-me a pensar que estou velha...

Para terminar, fica um link que me enviou hoje um amigo meu. É um vídeo do Paulo de Carvalho, a cantar "Depois do Adeus", uma das canções de Abril que eu gosto particularmente. Creio que provavelmente nunca tinha ouvido a versão original e fiquei bastante impressionada com o desempenho do Paulo de Carvalho.

Imagem retirada daqui. Um site um pouco assustador, mas era a primeira imagem da pesquisa de imagens do Google.

Wednesday, April 25, 2007

Gatos com Maitê

Hoje estou um bocado cansada (ok, ok... muito cansada).

Por isso, fica apenas o link para um sketch dos Gatos que acabei de ver e adorei! A Maitê está genial...

Monday, April 23, 2007

Os parques



Londres é linda num dia de sol.
Num dia de chuva, não deixará de ser linda, mas fica tão cinzenta e com tanta gente a tentar abrigar-se que quase parece feia.
Uma das coisas que mais gosto de fazer em Londres, num dia de sol, é ir para o parque. Um qualquer. Há muitos, com bastante relva e espaço para todos os outros que têm o mesmo plano que eu. Diga-se que não é um plano muito original para um dia de sol. Todo o bicho careca sai à rua e acaba por ir parar aos relvados que se estendem, enormes, numa das mais movimentadas cidades do mundo.
Esta coisa de fazer algo ao ar livre num dia de bom tempo (bom tempo = em que não chova) é british q.b.. Aqui o sol parece mais precioso e com maior influência no nosso humor. Aqui aprendi a consultar o boletim meteorológico antes de um fim de semana em que vá passear.
O que eu mais gosto nas idas ao parque é senti-los um lugar tão democrático. Somos tantos ali, de tantos países diferentes, com cores, línguas e religiões diferentes. Desde a malta que vai andar de patins, até aos ciclistas ou joggers, passando pelo grupo de amigos que bebe cerveja e joga à bola, pelo casal de namorados, pela família com um monte de crianças, pelas senhoras imaculadamente maquilhadas, com um ar reservado e posh. Todos vamos ao parque num dia de sol.

Portugal, um retrato social


É sabido que eu sou um ovo podre. A certa altura da vida, comecei ainda a ficar mais ovo podre do que era.
No fim de semana, fui visitar amigos a L. O tempo esteve óptimo: nada de chuva e temperatura suficientemente alta para andar, na boa, de t-shirt a passear no parque, que foi o que nós fizemos. Nós e mais uma data de gente, que não havia parque que não estivesse à pinha... Gosto disso e um dia destes tenho que reflectir sobre este assunto mais aprofundadamente.
Bem, mas o que me traz aqui não é isso. À noite, estive a ver o primeiro programa de Portugal, um retrato social, de António Barreto, online na RTP. E aquilo fez-me chorar que nem uma Madalena... (eu sei, estranho... mas eu avisei logo que era um ovo podre). O programa está excelente, a realização da Joana Pontes parece-me impecável e a voz-off do António Barreto nem se fala. Portugal está... assim assim. Muito melhor do que estava há 40 anos, sem dúvida, mas ainda longe do sítio onde ideal para se estar.
Gostei de pensar naquilo que nos faz portugueses, no que nos une como sociedade, no tipo de sociedade que somos. Há, no entanto, coisas que me preocupam: mais de metade da população portuguesa (um pouquinho acima dos 10 milhões) vive junto ao litoral, na faixa entre Setúbal e Braga; há mais velhos com mais de 65 anos do que jovens com menos de 15; cada mulher tem, em média, menos de dois filhos; por cada bebé português, nascem dois ou três (não me consigo lembrar do número exacto) em França, Inglaterra ou Holanda. Estamos a ficar envelhecidos a passos largos.
Não sei bem como se resolve este grande problema de envelhecimento que nos afecta tão dramaticamente. Acho que a minha geração não vai contribuir grandemente para o tal aumento da natalidade. Tenho dúvidas que sejam as próximas. Provavelmente, precisamente de mais imigração (os Gatos é que sabem! :)).
Vou ver se vejo os outros programas. Parece-me que promete.

Saturday, April 21, 2007

Os proprietários

Hurrrrrrrrrrrraaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
É nossa! Espero que sejamos muito felizes na nossa nova casa.

.....

PS: Espero também arranjar um emprego para que a possamos pagar. :)

Friday, April 20, 2007

Entretanto no mundo

Enquanto a compra da nossa casa vai ocupando uma parte bastante significativa do meu cérebro, há uma série de coisas que no mínimo se podem classificar como estranhas a passar-se no mundo à nossa volta: atentados no Iraque fizeram ontem 200 mortos, num conflito que parece cada vez mais longe do fim; um estudante de uma universidade na Virginia mata a tiro 33 pessoas no campus antes de se suicidar; no Sudão, o governo disfarça pinta os seus aviões como os da ONU para bombardear as populações no Darfur; três pessoas degoladas na Turquia, um ataque a uma editora de bíblias; o presidente da câmara de Nagasaki foi morto a tiro na campanha eleitoral. É de mim ou está tudo louco?
É estranho eu estar preocupada com uma casa nova quando todas estas coisas se passam no mesmo mundo em que eu vivo. Sobretudo porque não percebo bem porque é que algumas delas acontecem.
De qualquer modo, as minhas reflexões sobre estes assuntos profundos ficarão para outro dia porque vi uma outra notícia (no Público, mas este citava o Correio da Manhã - não sei bem se isto é mesmo assim ou não) que despertou a minha atenção: os ex-combatentes de guerra em Portugal recebem uma pensão que, ao que parece, terá que ser reduzida para metade para que o fundo não entre em colapso. A pensão será reduzida para 150 € anuais. 150€??? Anuais??? É um pouco ridículo, não?

A saga da casa ainda não acabou

Afinal decidimos adiar a nossa proposta para amanhã.
Ao vivo e a cores. Eu terei direito a um relato pormenorizado em diferido.
Podemos vir a arrepender-mo-nos (diz-se assim?) no futuro, mas, por ora, estamos seguros e contentes com a nossa escolha. Tenho pena de não estar aí para irmos jantar juntos amanhã.
Calculo que teremos que falar da nossa nova casa pelo telefone.

Thursday, April 19, 2007

A casa continua

Hoje estivemos a fazer pesquisas na net sobre tudo de mau que nos conseguimos lembrar relacionado com a nossa casa, rua, construtor, zona, etc... Nada de assustador apareceu.
Amanhã fazemos a nossa proposta. Mal posso esperar. :)

Wednesday, April 18, 2007

Back from home

Pois é, em casa mal liguei o computador e isso vê-se na minha produtividade de posts durante a Páscoa: zero.
Cheguei ontem. Depois de um voo atrasado, que levou a que perdesse o autocarro, acabei por só chegar a "casa" perto da meia noite. Fiquei a saber que aqui os taxistas não são obrigados a dar recibos (??), pelo que nem sequer tenho recibo para poder refilar com a TAP.
Hoje, estive o dia todo meio a dormir, com a cabeça meia zonza, como se tivesse bebido um ou dois copos de vinho (Sim, um ou dois copos de vinho chegam para me fazer ficar com a cabeça zonza... Fraquinho, eu sei). Parte de resultados maus, parte de resultados bons.
De qualquer modo, acho que hoje os resultados não me afectaram muito: estamos a comprar uma casa. Linda... E isso ocupa por inteiro os 10% do meu protoneurónio que conseguiram funcionar hoje.
Tenho que ir dormir porque amanhã tem que ser a sério ou então não vamos lá.
Acho que vou sonhar com a casa nova.

Thursday, April 05, 2007

Back from Scotland


Gosto decididamente da Escócia. Não sei se conseguiria lá viver por causa do frio, mas creio que os dias de sol talvez compensassem.

O verde na Escócia é lindo. Os dias de sol são deliciosos, mas sobretudo, a vida parece-me mais calma lá por cima.

E eu anseio desesperadamente por alguma calma. Talvez amanhã.