Thursday, January 31, 2008

Não me lixem!

Não me digam que os jornalistas já andam a jogar ao 1 de Abril... Tss, tss, tss...

Ramos-Horta é o proponente
Durão Barroso possível candidato ao Nobel da Paz
31.01.2008 - 12h37 Lusa
José Manuel Durão Barroso, antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Comissão Europeia, poderá surgir entre os candidatos ao Prémio Nobel da Paz de 2008. A notícia é da agência noticiosa AFP, que avança ainda ter sido Ramos-Horta o proponente.

Na data limite para a entrega de candidaturas, a AFP avança hoje com a informação de que Durão Barroso deverá figurar entre os candidatos ao Nobel da Paz de 2008.

Recorde-se que o Presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, também Nobel da Paz em 1996, já tinha anunciado que havia proposto a candidatura do antigo primeiro-ministro de Portugal por considerar que sob a sua presidência a Comissão Europeia “trabalhou no sentido de um diálogo pacífico contribuindo abundantemente para as forças da ONU e no auxílio aos refugiados”.

Além do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a agência de notícias avança ainda com os nomes para possíveis candidatos de Abdelaziz Bouteflika, Presidente da Argélia, e de Helmut Kohl, ex-chanceler alemão. A juntar a estes dois nomes a AFP refere ainda que o Esperanto, considerada a língua universal da paz, pode igualmente surgir entre os nomeados.

A candidatura de Helmut Kohl foi apresentada pelo antigo laureado Mikhail Gorbachev, ex-Presidente soviético, justificando a escolha do antigo chanceler alemão pela sua participação no desfecho pacífico da Guerra Fria e na reconciliação da Europa.

Já o nome do Presidente argelino Abdelaziz Bouteflika surgiu entre os nomeados graças a uma petição lançada com o apoio de deputados argelinos, enquanto dois parlamentares helvéticos avançaram com a candidatura do Esperanto.

O comité Nobel receberá até ao dia de hoje as candidaturas a nomeados, mas há ainda a considerar que os cinco membros do comité têm a possibilidade de eles mesmo avançarem com propostas para candidatos, o que acontecerá na primeira reunião, a ter lugar no próximo dia 26 de Fevereiro.

Retirado do Público de 31.01.2008

Wednesday, January 30, 2008

Livre arbítrio

Durante os anos do armário, contamos os dias para o próximo aniversário que nunca mais chega. Já não somos crianças, embora nos continuem a tratar como tal. Ainda não somos adultos, embora estejamos plenamente convencidos que sim. Adultos, só que mais giros, mais fixes e com menos rugas. Ansiamos assim pelo dia em que todos reconheçam igualmente o nosso estado de adulto e nos deixem fazer o que bem entendemos com a vida.
Embora prezando muito o livre arbítrio que vem com a adultícia, reconheço que esta coisa de "liberdade de escolha" e "responsável por si próprio" acarreta por vezes uma carga de trabalhos e noites mal dormidas a dar a volta ao miolo. Ele há escolhas tramadas.

Tuesday, January 29, 2008

Evil Machines

Evil Machines, uma fantasia musical com laivos de ópera*, de Luis Tinoco e Terry Jones, com música pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, em cena até 3 de Fevereiro, no Teatro São Luiz. Se quiserem ir, têm que se apressar a comprar bilhetes. Nós já fomos. E gostámos.

Desde que a peça está em cena, multiplicaram-se nos jornais e revistas as entrevistas a T. Jones. Creio que li numa delas que a ideia original derivou da enorme quantidade de máquinas, maquinetas, aparelhos electrónicos e gadgets em geral que nos facilitam/enchem a vida e a incrível facilidade com que passam à história. Numa outra (ou talvez na mesma), perguntavam-lhe se a peça não teria algo de infantil, de teatro para crianças, a que T. Jones respondeu que não distinguia entre escrever para crianças ou para adultos. Eu, que fui ver a peça, tenho nitidamente a mania e obviamente tempo livre a mais, cá deixo a minha review.

Não creio que a peça seja exactamente para crianças. Mas acho que nos faz sentir algo infantis. Mais ou menos como a mesa gigante que existe (existirá ainda?) no Pavilhão do Conhecimento, ao pé da qual os adultos se vêem na perspectiva de uma criança de três anos. Isto é, faz-nos sentir infantis num bom sentido. Naquele em que somos transportados aos tempos em que víamos o mundo com olhos bem diferentes, porventura numa perspectiva algo limitada, mas com horizontes muito mais amplos. Penso que nos a peça nos pede abertura de espírito. Não é todos os dias que se vê um universo de aspiradores que têm em vista dominar o mundo, a par com parquímetros demoníacos e carros selvagens, que querem destruir a espécie humana sob o comando de um clone maquiavélico de um grande inventor. Perante isto, forma-se um grupo clandestino de resistência, iniciado por alguns aparelhos que se preocupam com a sua utilidade aquando do desaparecimento dos humanos. A resistência envia então o despertador como mensageiro para avisar os humanos**. Vale-nos o facto da mensagem ter caído nos ouvidos de Nancy, que se empenha na grande missão de travar o plano do clone malvado. Isto tudo, claro, enquanto vão cantando como se não houvesse amanhã.

Visualmente, este desfile de máquinas tem um efeito fantástico. O guarda roupa está fenomenal e eu, que nem gosto de Carnaval, adoraria disfarçar-me de aspirador gigante (será que alugam?). Mas o outfit de telefone, de Lester, the Vespa ou mesmo de fogão não ficam em nada atrás.

Esta ideia das máquinas se revoltarem e dominarem o mundo não é nova. Mas arrisco dizer que é a primeira vez em que, pelo meio da revolta, há uma história de amor entre um despertador e uma batedeira.

*Muito sinceramente, pedindo desculpa pela ignorância, não sei bem qual é classificação oficial devida deste espectáculo. Já lhe ouvi chamar ópera, libretto ou musical... Os actores são cantores líricos, há orquestra e a maioria do texto é cantada.

**E o despertador, vestido de gabardina, diz em surdina: Listen very carefully. I'll say this only once. Não aconteceu, mas podia ter acontecido.

***Dentro do âmbito da rubrica Lisboa de Xanatas, fica a informação de que, para menores de 30, há bilhetes a €5.

Monday, January 28, 2008

Google+Lego


O Google assinala o aniversário dos 50 anos da Lego. Está tão lindinho, não está?

Wednesday, January 23, 2008

Dias

Sucedem-se invariavelmente, sem intervalos nem pausas.
Gosto desta altura em que vão crescendo na sucessão.

Tuesday, January 22, 2008

Photoblogging






Corridas de luz
Nikon D70, Dezembro 2007, Lisboa/Cascais

Sunday, January 13, 2008

The Great American Diner?

Se passarem no Marquês assim à noitinha, poderão reparar numas janelas através das quais se vê um típico diner americano, com uns bancos vermelhos que dão nas vistas. Obviamente que está lá durante todo o dia, mas dá mais nas vistas à noite.

Sendo um bocado como os garotos, atraída por cores garridas, aqueles bancos vermelhos chamavam por mim e cada vez que por lá passava tentava ler do carro (do lugar do passageiro, bem entendido seja) como se chamava aquele sítio. A custo, que devo estar a ficar pitosga, pareceu-me que era The Great American... algo começado por D, mas que, como não conseguia ler claramente assumi como sendo Diner. Fazia todo o sentido: um típico diner americano, que se chamava The Great American Diner.

Como aqueles bancos e cores garridas me continuavam a chamar, um dia em que andávamos à procura de sítio onde jantar, acabámos por lá ir parar. Confesso que fiquei surpreendida. O nome do restaurante era The Great American Disaster. Disaster????????????????????????????????

Mas que raio de nome é este? Não sei bem se foi pelo nome ou não, mas acabámos por ir jantar a casa.

Saturday, January 12, 2008

Eu bem vos disse...

... que Andrea Camilleri é que me ia salvar.
The Voice of the Violin, The Snack Thief e The Scent of the Night. Três aventuras do Inspector Montalbano, lidas a um ritmo agradável. Nem arrastado, nem de corrido, cumprindo a sua função de livro de cabeceira. Nem sempre a literatura mais calma ou não fossem elas histórias de detectives, o que deve ter sido a causado de algumas das minhas insónias.
Agora afeiçoei-me ao Inspector e tenho a certeza de que vou querer saber como ele vai andando. Gostava era de saber Italiano para ler o original. Aquela tradução parece-me, por vezes, meia esquisitóide.

De momento, continuando a minha onda de consumo fácil, leio Dissolution de C.J.Sansom. Lê-se bem, mas é um pouco déjà vu. Aquilo soa mesmo a uma versão popular de O Nome da Rosa.

Friday, January 11, 2008

Paula Rego - A retrospectiva e a intoxicação alimentar

A ideia era uma curta viagem a Madrid para ver a retrospectiva de Paula Rego, no Rainha Sofia. Visto que a tínhamos perdido por um tudo nada em Setembro, não queríamos mesmo perder a oportunidade de a ver antes de acabar. É claro que uma vez em Madrid, não nos importávamos de fazer outras coisas para além da exposição, pois aquilo é suficientemente grande para não se ficar facilmente aborrecido. Além disso, num ano sem férias a sério, era o ideal para nos dar coragem para a época festiva.

Esta era a ideia. Uma bonita ideia. E lá nos pusemos ao caminho, por entre vales e montes, alguns cobertos de neve, naquela que foi uma das piores viagens que já fizémos até hoje, com várias paragens intermináveis para fins diversos: tomar café e fazer as últimas coisas online (antes da intoxicação e de entrarmos em Espanha), vomitar, lavar o carro, pôr gasóleo, vomitar, beber chá e comprar água com gás, filas de trânsito, vomitar. Depois daquilo que nos pareceu uma eternidade, chegámos finalmente ao hotel, onde nos encarcerámos durante a nossa breve estada em Madrid.

No dia seguinte, a grande custo, lá nos arrastámos para o Rainha Sofia (que diabo, então se nós lá fomos de propósito para ver aquilo!!!) e vimos a retrospectiva. Muito bom, mas confesso que esperava mais quadros ainda. É certo que estávamos tão mal dispostos e tão genericamente blaaaaaarghhh que não sei se teríamos aguentado durante mais quadros. De qualquer modo, gostei muito.

Não percebo nada de arte. Se percebesse talvez soubesse por que razão gosto normalmente de museus de arte moderna e contemporânea. Muito mais dos que os museus mais clássicos e formais. Sinto-me muito melhor e mais interessada no Rainha Sofia do que o Prado, na Tate Modern do que na National Gallery. Se percebesse de arte, talvez conseguisse também explicar por que razão gosto de Paula Rego. Reconheço que os seus quadros não se encaixam nas noções de beleza convencionais. Retratam muitas vezes figuras grotescas ou disformes, algo violentas por vezes. A mim, agradam-me. As figuras, as cores, mas sobretudo as histórias, o simbolismo. Gosto de olhar para eles e tentar perceber o que me querem dizer. Imaginar o que aconteceu antes daquela imagem ter sido "congelada". O que estavam os personagens a pensar, a fazer, o que sentiram, o que iam fazer a seguir.

Gostei também de ver os quadros das fases iniciais de Paula Rego, diferentes dos mais recentes, provavelmente, à procura da sua identidade. Gosto sempre também de ver os estudos. Os quadros grandes têm um enorme impacto e acabam sempre por parecer fáceis. É mais ou menos como ver uma bailarina experiente a dançar. A sua harmonia e rapidez, frutos de anos de treino, leva a crer que os seus movimentos são fáceis e acessíveis a qualquer um. Os estudos mostram-nos o trabalho, o planeamento por detrás da aparente facilidade do resultado final. Mostram-nos como se desenvolveu parte daquele processo criativo. E claro que alguém intrinsecamente curioso como eu não resiste a estas janelas para o cérebro alheio. Ainda por cima um cérebro donde surgem imagens de que eu gosto tanto.

Thursday, January 10, 2008

Nunca digas nunca

Fiquei desapontada. Foi He-Who-Shall-Not-Be-Named quem falou ao país.

Aposto que o anúncio da localização do novo aeroporto teria muito mais piada se fosse feito pelo ministro Mário Lino.

A democracia tem destas coisas

No Iraque, entre 2003 a 2006, morreram 120 pessoas por dia, segundo os dados da OMS.
Não me parece que restem grandes dúvidas de como os iraquianos beneficiaram desde que se decidiu que o eles precisavam era de democracia.

Thursday, January 03, 2008

Ainda sobre o novo ano

Para o menu de passagem de ano, apeteceu-me algo muito típico para a época: risotto de cogumelos. O grande problema é que o nosso arroz de risotto tinha acabado. De cogumelos claro que tínhamos stock, pois normalmente nunca podem faltar. Resolvemos então entrar numa cruzada para satisfazer o meu desejo e lançámo-nos numa busca pelos supermercados de Lisboa.
Eu estava bem impressionada com a minha experiência de supermercado do dia 24, que estava vaziozinho, quando fui comprar mantimentos para cozinhar o jantar.

No entanto, no dia 31 foi um bocado diferente, pois parecia que toda a gente decidiu ir fazer as compras à última hora. Para piorar, arroz de risotto não é a coisa mais popular nos supermercados e só à quarta tentativa e depois de uma fila de mais de meia hora é que o conseguimos comprar. Não foi fácil, mas valeu a pena. Estavámos num espírito festivo extremamente paciente e uma fila é sempre um daqueles sítios onde o melhor que há em nós vem ao de cima. Óptimo para estudos de comportamento!

Para nos compensar da fila e da busca incessante pelos supermercados, o nosso risotto ficou supimpa! De entrada, uma espécie de bruschettas com presunto e mozzarella. De sobremesa, muffins de dois chocolates e avelãs e pudim flã da mamã, segundo a receita do Chakall, que ficou na lista das nossas sobremesas de eleição.

Entre a cozinha, ainda tivémos tempo de mudar os móveis da sala, em jeito de programa alternativo de passagem de ano. Ano novo, sala nova...

Wednesday, January 02, 2008

Portugal, (kind of) smoke-free

Hurrrrrrrrrrrrrrrrrrraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaayyyyy!!!

Apesar de continuar uma firme militante da ideia de protestar contra a passagem do tempo, reconheço que o ano novo tem as suas vantagens. Uma delas, uma das grandes, é esta coisa de termos agora um país sem fumo. À parte dos casinos, dizem uns. E o que dizem ouve-se até no estrangeiro.

Sou absolutamento parcial neste assunto e estou satisfeita com a proibição de fumar. Ainda não usufrui de espaços sem fumo, que cá estou enfiada na pirâmide. Mas agrada-me a ideia de ir a um restaurante, a um café, a um bar ou um centro comercial em que não haja fumo.

Os fumadores, que não levem a mal, que isto não é pessoal. Não creio em caça às bruxas. Aceito plenamente que fumar é uma escolha de cada um. Mas também acho que não fumar é uma escolha pessoal igualmente válida, que tem que ser protegida.

É claro que isto sou eu, que, como disse, sou parcial e não fumo. :)

Tuesday, January 01, 2008

O novo ano

Ouvi na rádio que em Paris (creio que era Paris, mas não aposto a mão direita nisso) ia haver uma manifestação contra a passagem do tempo. No dia 31 de Dezembro, as pessoas manifestar-se-iam na rua, tentando impedir a passagem para 2008.

Ora e não é que isto é uma excelente ideia???

Para quando uma manifestação destas em Portugal? Já era tempo de nos organizarmos e de criarmos um movimento cívico contra isto. A passagem do tempo é terrível e implacável. Deixa-nos velhos. Torna-nos atrasados. Faz-nos ficar fora de moda. Além disso, demora sempre um tempo até atinarmos com o ano certo quando este muda. Quantas vezes vão vocês escrever 2007 até que finalmente aceitem e fiquem resignados com 2008? Esta coisa de o tempo nunca parar tem que ser denunciada. É um escândalo.

Por isso, seguindo o exemplo dos Franceses, espero que daqui a um ano nos encontremos por esse país fora, de cartazes erguidos, a dizer não a 2009!

PS: Tentando confirmar isto, fiz umas pesquisas no Google, mas o máximo que consegui confirmar é que isto se fez em Nantes o ano passado contra 2007 e que a ideia era que se fizesse em Paris contra 2008.

PS1: Enquanto não o posso vencer, que remédio se não juntar-me a ele... Feliz 2008 para todos!