Friday, May 30, 2008

Charannnnnnnnnnnnnn!

Eu tenho uma óptima capacidade de me desconcentrar. Perante uma tese, a capacidade de me desconcentrar aumenta exponencialmente e leva-me a procurar modos alternativos de ocupar os tempos livres. Daí que usando essa maravilhosa fonte de conhecimento útil e inútil que é a Net, decidi aprender a tricotar (aqui). E para começar, achei que o melhor era mesmo um rectângulo, que, quando acabado, seria transformado em cachecol-cilíndrico. Lá fui fazendo o meu tricot em passo de caracol, até que a Rakas me salvou quando me mostrou uma maneira muito mais rápida de fazer aquilo.
Lá acabei então o meu cachecol-cilíndrico (já está pronto há imenso tempo, mas houve um grande delay em tirar as fotos), que apresento agora ao mundo.



Wednesday, May 28, 2008

The Boy in the Moon

Eu não disse que ali só se encontram coisas boas? Esta é mais uma das óptimas sugestões de Alexandre Martins, no multimediazine.

The Boy in the Moon é uma video-foto-(texto) reportagem sobre Walker Brown, um miúdo de 11 anos que sofre de uma doença genética rara, chamada síndrome cardio-facio-cutânea (CFC). Haverá cerca de 300 pessoas em todo o mundo com a doença, pelo que não é muito estudada, mas em 2006 foi associada a mutações em 3 genes que codificam MAPK (Abstract aqui). Esta parte chamou-me a atenção devido a deformação profissional, mas não é de algum modo o mais importante desta história.

A parte importante é o relato que Ian Brown, jornalista, pai de Walker, faz da sua vida e da vida do Walker. Além de Ian, há participações de outros pais e outras crianças com CFC, bem como de Kate Rauen, que é a PI do grupo que identificou as tais mutações.

Ian fala de uma forma intimista, confessional e sem pudores, sobre aquilo que sente como pai de Walker. Fala do desgaste físico e psicológico de toda a família, da dificuldade que é criar uma criança como Walker, da frustração causada pela impossibilidade de comunicação verbal. Fala também da dificuldade que a vida de Walker parece ser para ele próprio e interroga-se sobre aquilo que vai dentro do filho, o que ele pensará, sentirá, que visão terá ele de si mesmo e dos outros. Fala da necessidade de contactar outras pessoas em situações semelhantes e conhecer as histórias deles. E é também notório nos outros pais a mesma preocupação pela vida difícil daquelas crianças, pelo futuro delas. Todos sentem uma culpa semelhante e todos precisam de respostas.

A história de Ian leva-nos também a reflectir sobre o nosso papel, o papel da sociedade na vida das pessoas com deficiência e das suas famílias. Hoje em dia, a medicina faz milagres em muitos aspectos e há muitos modos de salvar e prolongar vidas. Mas se está previsto que os hospitais façam tudo o que podem para salvar vidas (o que não está em causa, note-se), há uma enorme falta de apoio às vidas mais difíceis. E a não ser que sejamos afectados de perto por uma vida mais difícil, torna-se fácil olhar para o lado.

Por último, há que deixar bem claro que, apesar de todas as dificuldades e preocupações, também é visível que todos os pais da história de Ian, ele incluído, adoram os seus filhos, aceitam-nos, aprendem com eles, sentem-se profundamente tocados pela sua humanidade e procuram incansavelmente proporcionar-lhes uma vida feliz. Gostariam apenas que, por vezes, fosse tudo um pouco mais fácil.

Tuesday, May 27, 2008

J'attendrai le suivant, de Phillippe Orreindy

Esta curta foi do particular agrado de um dos meus "eus" interiores. Não posso dizer qual, mas creio que não terão dificuldades em identificá-lo.

Para ver aqui, mais um dos do Pangea Day.

Monday, May 26, 2008

Progresso

Disto, passámos para isto:






Segui a receita de Chewy Chocolate Chip Cookies de Alton Brown. Para facilitar a conversão de unidades, acabei por usar um copo medidor com fl oz.

Ingredientes:
8 fl oz manteiga
18 fl oz farinha
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de bicarbonato de soda
2 fl oz açúcar branco
10 fl oz açúcar louro
1 ovo
1 gema de ovo
2 colheres de sopa de leite
1 colher de chá de extracto de baunilha
16 fl oz de chocolate (min, 70% cacau) e avelãs partidos em pedaços pequenos (as avelãs não vinham na receita, mas fica bem fixe)

Preparação:
1. Ligar o forno a 190ºC.
2. Derreter a manteiga.
3. Misturar a manteiga derretida com o açúcar. Adicionar os ovos, o leite e o extracto de baunilha e misturar bem antes de juntar os ingredientes sólidos.
4. Adicionar a farinha, bicarbonato de soda e sal peneirados.
5. Adicionar o chocolate e as avelãs.
6. Arrefecer a massa no frigorífico pelo menos durante 30 min.
7. Cozer no forno pré-aquecido, num tabuleiro forrado com papel vegetal (distribuir pedaços pequenos de massa com bastante distância entre si, porque o diâmetro das bolachas aumenta).

Tuesday, May 20, 2008

A Thousand Words, by Ted Chung

Uma das minhas curtas preferidas do Pangea Day.

Sunday, May 18, 2008

Agora também já vi

Estou longe de ser conhecedora de Wong Kar Wai. Muito longe. Lembro-me que tentei, sem grande sucesso, ver em tempos In the Mood for Love, mas confesso, que foi uma tentativa frustrada. Isto é provavelmente algo muito pouco correcto de se dizer publicamente e, tendo eu vergonha na cara, fecharia o post e ficávamos por aqui.

Nos blogs dos amigos (aqui, aqui e aqui), My blueberry nights tem sido um tema corrente e talvez porque a primeira das opiniões que li foi a mais nitidamente positiva, decidi aí que seria algo a ver.

Agora, que já vi, posso dizer da minha justiça, mesmo sendo uma justiça com muito pouca autoridade moral, dado o vasto desconhecimento que já admiti.

Eu gostei. Compreendo que não tenha sido o melhor de Kar Wai, mas a mim serve-me para abrir o apetite para os filmes que desisti de ver antes, visto que estou bastante mais curiosa.

Gostei q.b. da história, dos buracos - porque as histórias em que nos contam tudo são, tantas vezes, pouco interessantes -, dos postais e das versões diferentes do nome nas tags e no trato. Creio que a certa altura, Elizabeth (Norah Jones) diz algo do género "That night I took the long way to cross the road". Acho que isso me ficou na cabeça e pensei que, de facto, esta ideia, a da história da rapariga que foi dar a volta para a atravessar a rua (numa tradução mesmo muito livre), é uma ideia que me agrada.

No entanto, creio que o que mais gostei terá sido de ver esta história. Diz um dos meus amigos que Kar Wai nos faz sentir entre as suas personagens. Assumindo o sentido literal das palavras e porventura resultante de algum pré-condicionamento, foi exactamente isso que eu senti neste filme. Os planos enquadrados, as personagens ao fundo, do outro lado do vidro, das colunas, das portas, do balcão e nós ali escondidos, a espreitá-los.

Por último, gostei das blueberry pies. Não fosse o tardio da hora, a falta de mirtilos e de uma forma adequada, teria desatado numa busca furiosa de receitas. Ficou a ideia, para fazer um destes dias.

Friday, May 16, 2008

Sugestão para o fim de semana

À pergunta "Gosta de museus?", responderia sem hesitar que sim. De uns mais do que outros, claro. Tenho especial simpatia por museus de arte moderna e contemporânea. Provavelmente porque os associo a edifícios amplos, de linhas direitas, com janelas rasgadas e soalho de madeira, onde gosto de vaguear à deriva.





Acredito que os museus devem ser vistos como espaços públicos, agradáveis, convidativos, não só para os turistas, mas também para os locais. Aquela ideia de museu como sítio enfadonho onde se vai apenas nas excursões das escolas já era. Gosto dos museus que nos convidam a ir e voltar repetidamente, para ver novas exposições, palestras, concertos ou mesmo só para ir tomar um café com os amigos ou comprar uma prenda especial na loja, porque lá há sempre boas ideias.

Neste meu ideal de museu, as entradas são grátis (pelo menos num dia da semana; nos outros dias, a existirem, os preços seriam reduzidos). Embora não tenha feito qualquer pesquisa nem tenha qualquer conhecimento sério sobre o assunto, tenho a percepção de que as entradas não terão grande impacto no orçamento de muitos museus. Além disso, se a entrada for gratuita, muito mais facilmente se terá gente no museu, que provavelmente fará compras nas lojas do museu ou tomará algo no café. Embora possa estar redondamente enganada, lojas interessantes, cafés/restaurantes agradáveis e um programa de actividades apelativo parecem-me mais eficazes como forma de receita. Reconheço que não será provavelmente suficiente; os custos correntes de um museu não devem ser muito baratos e as minhas entradas grátis ideais custam a todos. Mas não será o apoio de mecenas devidamente incentivado uma boa maneira de conseguir financiamento?

Todas estas considerações vêm a propósito de se celebrar este domingo, dia 18, o Dia Internactional dos Museus. Apesar da falta de dinheiro crónica que parece afectar os nossos, estarão com uma série de actividades durante esse dia, bem como durante a noite de sábado para domingo. Há de tudo, concertos, teatro, visitas guiadas, workshops, actividades para famílias, a maioria das actividades (ou arriscaria mesmo quase todas, à excepção de uns jantares devidamente assinalados) com entrada gratuita.

Fica a sugestão para o fim de semana. Há mais informação no site e a programação está disponível aqui. Mas atenção, é preciso alguma coragem para a consultar, visto que é um pdf de 42 páginas! Na minha modesta opinião, está longe de ser a forma mais simpática ou inteligente de apresentar a programação de uma série de eventos públicos. No entanto, parece-me antes uma excelente maneira de conseguir baixas audiências. Espero muito sinceramente que não seja o caso, porque há muitas opções interessante no programa.

Thursday, May 15, 2008

Really cool

Esta animação deixou-me boquiaberta. Impressionante!


MUTO a wall-painted animation by BLU from blu on Vimeo.

Mais info aqui.

Wednesday, May 14, 2008

O pesadelo americano, sítios a não perder e um blog para os favoritos

Algo que já não acontecia há algum tempo. Um post que não é sobre o Pangea Day. Ainda assim, talvez pudesse ser.

De qualquer modo, é também um daqueles para vos mandar daqui para fora, visto que para sítios fixes por essa Internet fora. Desta vez, mando-vos para aqui. É um curto documentário com histórias de famílias que foram afectadas pelo Katrina. Além deste, há outros curtos-docs no site da mediastorm cheios de potencial.

Fui parar a este site seguindo o que li aqui, no blog multimediazine, um dos recomendados pelo Público. O blog é da responsabilidade de Alexandre Martins, sobre quem eu confesso ser profundamente ignorante. De qualquer modo, já visitei algumas das recomendações que ele faz e tenho gostado bastante. Por isso, cá fica a minha modesta opinião de que é algo a incluir nas visitas regulares. A não perder também o projecto On Being, que está em destaque no blog.

Pago para ver, de Luis Manuel Almeida

Esta é mais uma curta do Pangea Day. É de um português, chamado Luis e natural de Vale de Cambra, o que só por si vale o destaque.

Tuesday, May 13, 2008

Monday, May 12, 2008

I remember Lebanon, by Zeina Aboul Hosn

Na linha dos meus comentários anteriores, aqui fica mais um sobre o Pangea Day. Depois de toda a expectativa, terei que falar um pouco mais sobre ele, mas hoje fica apenas o link para uma das curtas exibidas. Acho que não podia ser mais apropriado para esta altura, em que a guerra civil ameaça de novo o Líbano.

Além disso, fica a nota de que algumas das curtas exibidas no Pangea Day estão disponíveis no site. Enjoy!

Wednesday, May 07, 2008

Novo update on Pangea Day

Afinal, vai haver um evento público em Lisboa. No TagusPark, apoiado pelo IST. A entrada é livre, mas é necessária inscrição. Inscrições e mais informação aqui.

Tuesday, May 06, 2008

Update on Pangea Day

Aqui fica a lista de 24 filmes que irão ser exibidos no Pangea Day. Próximo sábado, 10 de Maio, às 19:00! Não se esqueçam!

Saturday, May 03, 2008

Por uma vida melhor

É o nome da exposição de fotografia de Gérald Bloncourt, que estará no Museu Colecção Berardo até dia 18 de Maio, com entrada grátis. Eu já fui ver e gostei muito.

Caso não passem por lá, podem aproveitar para espreitar uma amostra aqui, cortesia do Público.

São imagens da emigração portuguesa para França nos anos 60. Lembram-me algumas imagens de Portugal, um Retrato Social. Lembram-me também que, embora tenhamos um longo caminho à nossa frente, houve grandes mudanças nestes últimos 40 anos. São um óptimo argumento contra os saudosistas do "Dantes é que era bom...". Além disso, dão-me um respeito renovado pela coragem/loucura/desespero destas pessoas; se emigrar não é fácil, não consigo imaginar como será emigrar para um bairro de lata. Para tantos o terem feito, leva-me a pensar que a ideia de um futuro no Portugal de há 40 anos deveria ser realmente assustadora. Muitos dirão que a ideia de futuro hoje é bastante assustadora, mas, para o bem e para o mal, será com certeza um susto diferente.

Friday, May 02, 2008

Running the numbers

É o nome de uma exposição do fotógrafo Chris Jordan. Esteve no Pavilhão do Conhecimento até 30 de Abril, para celebrar o Dia Internacional da Terra (no passado dia 22 de Abril).

Em cada uma das imagens é representado o número de diversos bens consumidos nos USA num determinado período de tempo, por exemplo, garrafas de plásticos ou folhas de papel consumidas em 5 minutos ou sacos de papel dos supermercados em 1 hora. Achei piada a esta ideia e, antes de ir visitar a exposição, visitei o site de Chris Jordan, onde há imagens das fotografias que integram a exposição. Achei bastante elucidativa a forma que ele encontrou para nos mostrar a dimensão do nosso consumismo e sem dúvida que as imagens nos fazem reflectir sobre o que podemos fazer para reduzir estes números.

O único senão é que, depois do ver o site, fiquei algo desiludida com a exposição em si (daí um post sobre uma exposição que já acabou; o site continua lá e recomendo pelo menos uma vista de olhos). No meio da cor e do ruído do Pavilhão do Conhecimento, pareceu-me que o efeito das fotografias se diluía bastante.

Por outro lado, a minha criançola interior ficou bastante agradada com a cor e o ruído do dito pavilhão e cheia de vontade de ir lá visitar e experimentar tudo...