Nos anos de Bristol, quase deixei de beber café. A esmagadora maioria das tentativas de beber café no UK era uma profunda perda de tempo e de dinheiro. Por mais que se pedisse um expresso, traziam-nos invariavelmente um balde de uma bebida com um remoto sabor a café, mas diluída para aí a 1:1000. Por isso, exceptuando os almoços de Sábado, na "Dona Natália", onde o café era de facto digno do nome, deixei de tentar e converti-me ao chá. Preto, com leite, sem açúcar, como os locais. Afinal, em Roma, sê romano.
E se, antes de provar, me parecia meio estranho, o certo é que o chá me conquistou completamente e me converti de alma e coração. Embora tenha começado num chá preto vulgaríssimo, fiquei muito mais atenta e curiosa sobre chás. Já em Lisboa, encontrei uma ou duas lojas com misturas diferentes, que passaram a fazer parte do ritual diário de partilharmos uma chávena de chá, enquanto lagartamos no sofá (embora continue muito adepta do simples chá preto com leite).
Tendo incorporado o chá no meu dia a dia em Portugal, tentei fazer o mesmo em Espanha, mas sem sucesso. Creio que desde há dois meses para cá que nem sequer me apetece beber chá. Só me apetece beber cortados con hielo uns atrás dos outros.
Embora estivesse ciente que era provavelmente um apetite sazonal que voltaria com o Outono, estava algo "preocupada", pois, além de gostar, gosto de gostar de chá.
A minha semana no UK permitiu-me esclarecer as dúvidas e estou bastante satisfeita. Ficou comprovado que perante a temperatura certa (ou, pelo menos, no país certo), o minha vontade de beber chá volta a níveis aceitáveis. E aproveitando esse facto, creio que durante a semana passada devo ter bebido mais chá do que água. Como que para ficar com reservas de chá até que me apeteça beber outra vez.
1 comment:
Chazinho frio com rodelas de limão e hortelã não ajudarão a manter o ritmo, versão ibérica? ;)
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