Wednesday, June 24, 2009

San Juan

Não é sem vergonha que digo publicamente que em todos os meus anos de Porto fui apenas uma única vez ao São João. A grande culpada de ter faltado vergonhosamente, ano atrás de ano, foi a época de exames do segundo semestre, que calhava invariavelmente por esta altura.

Por outro lado, acho que até escolhi um bom ano para ter ido: em 2004, o Porto estava cheio de estrangeiros por causa do Euro e o ambiente eufórico de Euro somado ao ambiente eufórico de S. João deu uma bonita festa, com os martelinhos, os alhos porros, as sardinhas e o fogo de artifício, tudo bem regado de cerveja/vinho/... q.b.

Por aqui, o San Juan também é uma grande festa, embora num estilo diferente. E que raio de estilo é esse? Um estilo em que se bebe bastante, se come coca (repito, COME; a snifar não vi ninguém, mas é provável que, em alguns casos, tenha acontecido) e se atiram foguetes. E, ao pé disto, toda a história dos martelinhos e dos alhos porros faz muito mais sentido.

O consumo exagerado de bebidas alcoólicas está inerente a festas populares seja onde for; a coca é-me relativamente indiferente - não é maravilhosa, mas também não é má de toda; agora, os foguetes tiram-me do sério.

Ao que parece, como em muitos países civilizados é proibido a malta andar por aí a atirar foguetes assim sem mais nem menos, EXCEPTO, nas duas semanas anteriores ao San Juan. Não confirmei esta informação, mas foi o que me venderam. De qualquer modo, na semana passada ou na anterior, apareceram, de facto, pelas ruas umas barraquinhas que vendiam "petardos" ou "focs articicials". E, além disso, no sábado passado, já havia uma quantidade apreciável de jovens adolescentes em magotes na rua a rebentar os ditos "focs".

Ontem à noite, era a loucura completa: como em festa espanhola que se preze, saiu toda a cidade à rua. Desta vez, tudo de petardo em punho. E era vê-los (e ouvi-los) rebentar pelas ruas durante horas e horas a fio. Isto, para não falar da "praia", o local de celebração oficial, onde eu, que tenho nitidamente mau feitio, já não pus os pés (desde as 8 da manhã de ontem - i.e., quando me levantei - que precisava de dormir umas cinco horitas; o facto de ter aguentado até meio da noite, apesar da idade avançada, já foi o bastante para mim) e, como tal, não vos posso dar um relato pormenorizado. Ao que parece, o lançamento do petardo atinge o seu exponencial máximo na "praia", que na noite de San Juan fica ainda mais overcrowded do que durante o pico de Agosto. Posso no entanto dizer que a quantidade de pessoas que esperava para apanhar o metro da praia para casa era uma boa razão para voltar para casa a pé. Ou de bicla. Ou de qualquer outro modo que não aquele.

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